terça-feira, fevereiro 24, 2009

Resumo da Carta de Fernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro



Fernando Pessoa fundamenta o facto de possuir heterónimos na sua histeria e considera que eles provêm da sua tendência para despersonalizar e simular. A histeria não se manifesta exteriormente; assume aspectos mentais. Assim, este fenómeno é mentalizado e vivido em silêncio, através da poesia.
Desde muito cedo que Pessoa tem predisposição para criar um mundo à sua volta: um mundo como este, mas com outras pessoas. Sem saber como, surgiam-lhe figuras, associadas a um determinado nome e biografia. O seu primeiro heterónimo foi Chevalier de Pas e criou-o com seis anos. Já em adulto, nasceu, sem que apercebesse, Ricardo Reis. Mais tarde, surgiu Alberto Caeiro, enquanto escrevia numa cómoda alta, de pé, num momento de inspiração. Depois de definir o “mestre”, Fernando Pessoa consolidou Ricardo Reis por derivação oposta e finalmente viu Álvaro de Campos.

Os seus conhecidos inexistentes tomaram conta de si próprio e influenciaram a sua poesia.

Pessoa era o espectador de um processo que parecia ocorrer independentemente de si.

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