terça-feira, fevereiro 24, 2009

Ricardo Reis




Ricardo Reis é o poeta do presente.
Tem consciência da efemeridade do tempo, da ameaça permanente da morte e da fragilidade do ser humano.
Assumindo uma atitude estóico-epicurista, aceita calmamente o seu destino e o seu fim irrevogável, define a liberdade como a simples conformação com a ordem natural das coisas e procura o prazer possível e moderado de cada momento. Procura sobretudo uma felicidade relativa, a tranquilidade, a ausência de perturbação (ataraxia) e a ausência de dor (aponia).
Transparece, assim, um epicurismo triste, uma vez que compromete a sua felicidade, sacrifica o presente por uma possível perda no futuro. Considera a vida um estado transitório, no qual não vale a pena sofrer ou provocar sofrimento. Assim, abdica de valores duradouros e do compromisso, para não se envolver demais e não sofrer.
Reis é o poeta da indiferença e da contemplação: indiferente aos outros, contemplando o fluir da vida.

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